Entidades brasileiras de enfermagem se posicionaram unanimemente contra o ensino a distância (EAD) em enfermagem durante o 15º Seminário Nacional de Diretrizes para a Educação em Enfermagem (Senaden), ocorrido de 29 a 31 de agosto em Curitiba, Paraná. A conselheira do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Dorisdaia de Humerez, coordenadora da Operação EAD, apresentou dados atualizados dos cursos de enfermagem no Brasil. Há mais de 100 mil vagas já ofertadas, com cerca de 64 mil ociosas. “Qual a necessidade de se formar técnicos e auxiliares de enfermagem a distância, se as vagas presenciais já atendem e superam a demanda?”, contestou.
Dorisdaia enfatizou a posição institucional do Sistema Cofen/Conselhos Regionais contra a formação a distância em enfermagem, ressaltando que é objetivo dos conselhos de enfermagem salvaguardar a população de imperícia, imprudência e negligência provocada por “pseudoprofissionais”. O Cofen apoia o Projeto de Lei 2.891/2015, que torna obrigatório o ensino presencial para enfermeiros e técnicos de enfermagem, e lidera mobilização nacional pelo ensino presencial e de qualidade realizando audiências públicas em todo o Brasil.
Propostas e encaminhamentos contrários à formação de profissionais de enfermagem por ensino a distância serão consolidadas em documento oficial do 15° Senaden. Entre as sugestões apresentadas, estão a realização de uma agenda conjunta e campanha publicitária única de todas as entidades.
Participaram do debate a presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná, Simone Peruzo; a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem, Angela Alvarez; a presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros, Solange Caetano; a representante do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná, Dorotéia Soares; o representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem, Dejair Soares; a diretora do Departamento de Educação da Secretaria de Educação do Paraná, Margaret Sbaraini; e a conselheira do Conselho Estadual de Educação do Paraná, Sandra Silva.