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Filho de enfermeira é o primeiro bebê a nascer no DF em 2014

Mateus não esperou. Apareceu sem pedir licença, antecipando os planos dos pais. Decidiu vir ao mundo antes de completar 40 semanas, em meio ao estouro dos fogos do ano-novo. Às 5h42 de ontem, chorou, em uma sala de parto na Maternidade Brasília, no Sudoeste, o primeiro bebê de 2014 do Distrito Federal. O choro do menino veio repleto de alegria para a mãe, enfermeira, e de alívio para o pai, funcionário público. O pequeno nasceu de parto normal, saudável, na terceira tentativa. Veio com uma penugem negra na cabeça e o rosto vermelho com os olhos fechadinhos. Ontem à tarde, ainda aprendia a mamar, a pegar o peito.

No colo da mãe, acordava e cochilava entre semissorrisos. “Esse novo ano nos trouxe, literalmente, uma vida nova. Logo no primeiro dia. A vida do meu filho, que nos encheu de emoção”, afirmou Wesley de Almeida, 32 anos, o pai. “Não consigo dimensionar a felicidade que senti. É uma estrada que se abriu na nossa frente, onde eu e ele (Mateus) temos muito o que aprender, juntos e um com o outro”, afirmou Mirian Duarte Caires de Almeida, 28, a mãe.

Na noite do dia 31, Mirian e Wesley foram para a casa de parentes em um condomínio no Lago Sul. O plano era passar uma virada tranquila, em uma festa simples, com oito pessoas. Eles assistiram aos fogos e cearam. Mateus tinha data marcada para nascer, 15 de janeiro. Mas o pequeno começou a dar sinais logo após comerem. A mãe de primeira viagem sentiu uma dor que ela descreveu como “desconhecida”. “Era diferente do que eu tinha sentido durante toda a gestação. Senti o que parecia um aperto na bexiga. Como não sabia o que era, decidi não falar nada. Para não alarmar ninguém desnecessariamente, preferi esperar um pouco. Então vi que a dor vinha em intervalos e se intensificava”, relatou a mãe.

Mirian avisou o marido e, inseguros, ligaram para o médico que acompanhou a gestação. Após alguns telefonemas e mensagens, não obtiveram resposta na madrugada do réveillon. Moradores de Taguatinga, decidiram ir para o primeiro centro obstétrico que encontrassem. Visitaram unidades no Lago Sul e na Asa Sul. Passaram, ao todo, por quatro hospitais.

A mãe sentia dores cada vez mais fortes, e a aflição do pai, por não conseguir um local para a criança nascer, aumentava em igual proporção às contrações da mulher. “Ele me pedia calma. Eu estava muito nervosa. Disse que não ia ficar calma, que não conseguiria. Pensei em mudar de ideia, disse que não queria mais parto normal”, afirmou a mulher. “Eu me perguntava onde meu filho iria nascer. No último lugar que passamos, nos indicaram a Maternidade Brasília”, recordou Wesley.

 

A chegada

Mirian e Wesley entraram pela emergência. Ela passou por exames de rotina. Embora a bolsa ainda não estivesse rompida, o resto do corpo da mulher estava pronto para ter o neném. A obstetra que a atendeu teve de rompê-la. Acompanhado por enfermeiros, o casal se dirigiu para a sala de cirurgia. A mãe estava posicionada, e o pai, logo atrás, a apoiava, ansioso. Ela fez força pela primeira vez, pela segunda e, na terceira, ouviu, logo em seguida, o choro renhido do filho. Ao mesmo tempo, a emoção transbordou também para os pais. “Finalmente, eu respirei. Estava tudo bem. Peguei meu filho brevemente no colo e, então, o levaram para limpá-lo”, contou o pai. “Ele (Wesley) me acompanhou e não desmaiou. De repente, vi o Mateus, meu filho lindo e saudável. Achei que não fosse conseguir. Me superei”, sorriu orgulhosa a mulher.

Um parente de Wesley buscou a mala do bebê e pertences da mãe na casa do casal enquanto o bebê nascia. A tensão diminuiu. Os enfermeiros levaram Mirian para a sala de recuperação enquanto ela aguardava o bebê. Às 7h de 1º de janeiro, os pais ainda estavam acordados. No quarto, a mãe recebia recomendações de uma enfermeira sobre a melhor forma de amamentar o filho. O pai ligava para os parentes ou atendia os telefonemas e contava a novidade.

Vez ou outra, Mirian também pegava o telefone. “Falei com minha mãe logo cedo. Ela não queria que eu fizesse parto normal. Tinha medo que eu não aguentasse. Quando contei, ela ficou orgulhosa. Meu filho também me ajudou. Estava na posição certa e veio direitinho para este mundo”. Na rede pública, o primeiro bebê de 2014 nasceu às 7h18 no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), segundo a secretaria de Saúde.

 

Fonte: Correio Braziliense. (reportagem: Luiz Calcagno; foto: Janine Moraes)