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Coren-DF entrevista Dra. Rosângela Castro, chefe de enfermagem da Urologia do HBDF

Apesar de não ter sido a sua primeira opção de carreira, está claro que a vida traçou o rumo ideal ao encaminhá-la para a enfermagem. Rosângela Castro, formada pela Universidade Federal do Maranhão, chegou a Brasília em 1983, após aprovação no concurso da Fundação Hospitalar. Desde então, trilhou caminhos marcados pela dedicação ao exercício do cuidar.

A trajetória iniciou no Hospital do Gama, onde permaneceu por dois anos até encarar os primeiros desafios no Hospital de Base. Naquele ano, 1985, o HBDF vivia a repercussão negativa do falecimento do recém-eleito presidente da República, Tancredo Neves, o que exigiu uma grande reformulação na unidade. As mudanças começaram no Pronto-Socorro, para onde a enfermeira Rosângela foi convidada.

No Hospital de Base, atuou no Pronto Socorro, na Clínica Médica e na Nefrologia, até chegar à Urologia, em dezembro de 1988, para chefiar a equipe de enfermagem, função exercida até hoje, com disciplina e profissionalismo. Para saber mais sobre sua carreira, desafios e perspectivas, o Coren-DF entrevistou Dra. Rosângela Castro.

Confira:

A Urologia do Hospital de Base é um exemplo dos bons resultados alcançados por equipes multidisciplinares. Como conseguiu êxito nesse trabalho?

Quando cheguei, já contei com o apoio de uma equipe médica que também estava trabalhando pela estruturação do setor. Então conseguimos evoluir para uma grande parceria entre todos os profissionais. Na área da saúde, o enfermeiro tem um grande papel nisso, porque precisa ser líder,

saber trabalhar em grupo, tomar decisões. Tem que apoiar, entender e ser cúmplice da chefia, ter participação integral. E foi isso que fizemos: acompanhando bem o paciente, dando assistência de enfermagem, fazendo registro no prontuário, dando respaldo às condutas médicas.

Essa integração entre médicos e enfermeiros resultou em eventos em conjunto. Como isso se deu?

Com todos os médicos que passaram por aqui eu mantive o contato, tanto para convite de encontros como de congressos. Até que um dia o presidente da SBUDF (Sociedade Brasileira de Urologia),

Dr. Luciano Carvalho, me convidou para organizar a Jornada de Enfermagem, para ocorrer em paralelo ao Congresso de Urologia. Foi uma experiência muito boa, que já dura dois anos . Essa integração é muito importante para o desenvolvimento de um bom trabalho em conjunto.

Qual a sua análise quanto ao futuro da enfermagem?

A enfermagem, apesar das dificuldades, ainda é uma profissão de futuro. Antes, estávamos

inseridos mais na área hospitalar. Hoje, temos os programas de saúde, os postos de atendimento, as auditorias, os cargos administrativos. Há um espaço enorme para enfermeiros, e a tendência é crescer.

Quanto às entidades de classe, como avalia o relacionamento da enfermagem com o Coren?

Percebo hoje no Conselho uma preocupação além da questão fiscalizatória. Ele está mais próximo, mais presente, mais atuante. Também me chama a atenção o envolvimento na formação e no aperfeiçoamento técnico do profissional, com a organização de cursos de especialização. Isso significa que o Coren transcendeu a sua atividade fim, aproximando-se ainda mais da categoria.

Que conselho daria para um profissional em início de carreira?

Eu diria para investir na formação, pois o mercado exige profissionais cada vez mais especializados. É essencial buscar uma residência de enfermagem. Caso não seja possível, é importante entrar logo no mercado, para interagir, discutir e atuar junto aos outros profissionais da saúde. Além disso, é preciso ter sonhos e estar pronto para encarar desafios.