Está difícil circular pelos corredores do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Há caixas e mais caixas de eletrólitos espalhadas por toda parte, prejudicando a circulação das pessoas e colocando em risco a integridade do material. Servidores da unidade já sinalizaram o problema inúmeras vezes, mas são ignorados pelos responsáveis.
Eletrólitos são minerais que atuam no transporte de água dentro das células e são responsáveis pelos impulsos elétricos do corpo. São elementos essenciais para os movimentos musculares, para o funcionamento de órgãos vitais e também para uma hidratação eficiente. Os principais eletrólitos são o sódio (Na+), potássio (K+), cloreto (Cl-) e bicarbonato (ou CO2 total), entre outros.
Esses medicamentos são aplicados diretamente na veia do paciente. Portanto, o acondicionamento deve ser feito de modo a preservar a integridade e a segurança da composição. Da forma como está acondicionado no HRC, as substâncias estão completamente vulneráveis.
Mas se dentro do HRC não está fácil, do lado de fora a situação também é precária e alarmante. Pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social montaram acampamentos e estão morando dentro da estrutura do hospital há meses. Entre essas pessoas, existem dependentes químicos e, assim, o tráfico de drogas se estabeleceu na região.
Com o tráfico de drogas, aumentou o índice de violência na região e assaltos estão acontecendo à luz do dia nas imediações do HRC. Ao chegar e sair, servidores se sentem ameaçados e muitos já foram vítimas de crimes.
Para o Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), a situação é grave e exige providências urgentes das autoridades. Não é possível admitir que o HRC continue refém da falta de gestão, da miséria, do abandono e da criminalidade crescente.