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Tratamento regenerativo inovador proporciona a aceleração da cicatrização de feridas crônicas

Vários estudos clínicos prospectivos e de natureza multidisciplinar envolvendo profissionais e pesquisadores da biologia, medicina, odontologia e enfermagem estão consolidando as bases biológicas e o uso terapêutico autólogo e não-transfusional do sangue humano em uma revolucionária técnica de engenharia tecidual aplicada à estomaterapia a partir do emprego da matriz de fibrina leucoplaquetária autóloga.

Aqui no DF essa terapêutica vem sendo desenvolvida pioneiramente em um estudo clínico na área de enfermagem-estomaterapia no Hospital Universitário de Brasília sob coordenação do Núcleo de Pesquisa em Morfologia e Imunologia Aplicada da Universidade de Brasília (NuPMIA-UNB) e também por enfermeiro(a)s habilitados para a técnica em assistências privativas.

Com o título “Bases biológicas, evidências científicas e legitimidade do uso dos concentrados sanguíneos autólogos não-transfusionais no âmbito da Enfermagem”, a pós-graduada em enfermagem dermatológica Dra. Enf. Priscila Sckarlat abriu a reunião na sede do  Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) nesta quarta-feira (16), onde apresentou a evolução clínica de feridas crônicas de décadas, cicatrizadas em semanas! Outros casos críticos do estudo clínico realizados pela Dra. Enf. Lilian Oliveira serviram para ilustrar o potencial terapêutico dessa matriz de fibrina autóloga.

Em seguida o professor Leonel Oliveira, Biólogo, Cirurgião Dentista, Doutor em Medicina Regenerativa e Professor da Universidade de Brasília traçou o panorama histórico sobre a evolução dos concentrados sanguíneos, passando pela cola de fibrina, Plasma rico em Plaquetas e a matriz de fibrina leucoplaquetária autóloga, onde a conceituou como Continuum histogênico. Outro importante aspecto foi a sua abordagem sobre o histórico da regulamentação dos concentrados sanguíneos autólogos pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), onde integra a assessoria técnica nas áreas de sangue, células e tecidos ao lado da Profa. Dra. Moira Leão (@moiraleao), Doutora em Implantodontia que desde 2009 atuou em prol dessa causa junto aos órgãos federais MS e ANVISA. Esse histórico fundamentou as evidências científicas e bases metodológicas para o exercício legal e regulamentado por profissionais da enfermagem habilitados em todo território nacional.

Esses foram os trabalhos apresentados no Coren-DF nesta produtiva manhã que contou ainda com a participação e importante contribuição da Dra. Enf. Isa de Oliveira, onde alertou sobre fatores essenciais no tratamento de feridas: “Durante o atendimento ao paciente, o profissional precisa estar atento à causa da ferida, realizar o manejo de acordo com os consensos atuais, como limpeza eficaz, gerenciamento de biofilme, controle de carga microbiana, remoção de tecidos inviáveis e prescrição correta de coberturas e correlatos”, orienta

“É uma prática onde o sangue é submetido a um fracionamento seletivo de processamento mínimo para obtenção de uma matriz autóloga de Fibrina, que é aplicada diretamente sob o leito condicionado da ferida, favorecendo a regeneração dos tecidos em tempo recorde”, explica o secretário e conselheiro do Coren-DF Dr. Enf. Alberto Cesar, que acompanhou entusiasmado a apresentação dos pesquisadores.

Priscila explica como funciona o processo. “A coleta por venopunção periférica e separação seletiva do sangue é um processamento mínimo, onde conseguimos realizar concentração da matriz que adquire características físico-químicas especiais. A parte sobrenadante fica impregnada de plaquetas e proteínas, num arcabouço formado pela matriz de Fibrina, que é obtida e aplicada à fresco, in loco, diretamente na ferida, favorecendo formação de capilares, matriz extracelular, e migração de fibroblastos a partir dos bordos da lesão. Vale lembrar que a Matriz de Fibrina não é autônoma, depende de interação com o leito tratado, que será preparado antes de recebê-la. A realização correta da técnica exige profissional habilitado”.

De acordo como o Dr Leonel Oliveira, “essa técnica é uma revolução terapêutica com potencial de valorizar a autonomia da prática clínica de milhares de profissionais da saúde ao redor do mundo”.

Os testes clínicos da nova tecnologia estão sendo um sucesso. “A Enfermagem, de maneira interdisciplinar, se relaciona com outras áreas de conhecimento e produz soluções fantásticas como essa. Imagine uma pessoa que vive há mais de 20 anos com uma ferida crônica conseguir se curar? É um avanço científico admirável, que tem impacto direto na qualidade de vida da população. Portanto, vamos dar todo o suporte institucional possível para que a pesquisa avance”, frisa o tesoureiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Dr. Enf. Gilney Guerra.

Além das pessoas já citadas na matéria, acompanharam a apresentação da pesquisa a diretora do Sindate-DF Josy Jacob, a conselheira do Coren-DF Polyanne Vieira e os professores Dr. Wanderlan Cabral das Neves e Dr. Edis Rodrigues Junior