O ano começa com mais um caso de violência física contra profissional de Enfermagem no Distrito Federal. Desta vez, a vítima foi a Enfermeira Ana Caroline, enquanto atuava na classificação de risco da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. Nesta segunda-feira (4), a servidora levou um soco da acompanhante de uma paciente, que ficou irritada com a falta de médico para lhe atender. Veja o relato da vítima sobre a agressão:
“A paciente idosa entrou na sala acompanhada da filha. Perguntei o que a paciente estava sentindo, relatei no prontuário e verifiquei os sinais vitais, que se mostravam estáveis. A classificação da paciente permaneceu laranjada e orientei que o atendimento permaneceria restrito, uma vez que não havia médico no momento para o atendimento da porta, tampouco previsão de atendimento. Logo a filha da paciente começou a gritar, dizendo que se fosse um familiar meu, eu estaria atendendo. Falei para a acompanhante que estava apenas fazendo meu trabalho, minha parte, que era avaliar e fazer a classificação. Virei para jogar uma lanceta no descarpac e, quando voltei a frente, fui recebida com um soco no rosto, dado pela acompanhante, que disse: ‘isso que você merece’. Ela tentou desferir mais golpes. Porém, o vigilante entrou na frente para me defender. A outra filha da paciente também adentrou a sala, dizendo que ‘agora a mãe dela seria atendida’”, relata a Enfermeira Ana Caroline.
A vítima acionou a polícia, registrou ocorrência e fez exame de corpo e delito. O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) se colocou à inteira disposição, desde o primeiro momento, para auxiliar em todas as medidas. “Nós vamos buscar a punição exemplar da agressora, para que sirva de exemplo e casos assim deixem de se repetir. As pessoas precisam entender que a falta de médicos não é culpa da Enfermagem. Precisam entender que a Enfermagem não é culpada pelas mazelas do serviço público. As enfermeiras, técnicas e auxiliares devem ser respeitadas, pois estão fazendo o trabalho da melhor forma possível. Chega de violência, não vamos admitir”, afirma o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha.