Enfermeiras e enfermeiros obstetras, da família e da comunidade, aprovados no Concurso da SES-DF 2018, realizaram uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti nesta quarta-feira (5), para pedir o cumprimento da promessa feita pelo governador Ibaneis Rocha, em julho deste ano, de contratar todos os candidatos aprovados neste certame, para resolver o déficit de profissionais desta especialidade que existe hoje no sistema público.
O grupo foi recebido para uma reunião com representantes do Governo do Distrito Federal (GDF). “Exigimos um posicionamento e um cronograma a respeito da nomeação dos Enfermeiros Obstetras e dos Enfermeiros da Família/Comunidade. Vai contratar quantos e quando? O sentimento até aqui é de revolta, pois muitas promessas já foram feitas e não foram cumpridas”, disse o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Dr. Marcos Wesley.
A realidade do sistema público de saúde do Distrito Federal hoje é dramática. Faltam profissionais da Enfermagem, sobram pacientes. Ficou constatado em dezenas de fiscalizações do Coren-DF que os servidores trabalham sobrecarregados e precisam se deslocar entre diferentes setores das unidades de saúde, para atender a todos que precisam, aumentando assim a possibilidade de infecções e prejudicando a segurança do paciente.
Segundo o Art. 6 da Lei Distrital n.º 5.277/2013, o quadro da Secretaria de Saúde deveria dispor de 5.000 enfermeiros. Entretanto, atualmente, apenas 3.528 enfermeiros estão atuando na rede pública. São 1.472 cargos vagos, em um dos momentos mais críticos do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com levantamento feito na rede pública, somente de enfermeiros obstetras há déficit de 71 profissionais.
“ O déficit crônico de profissionais da Enfermagem no sistema público foi agravado pela pandemia. A promessa é de que mais de mil enfermeiros seriam nomeados, mas isso não aconteceu. Nós somos 60 mil profissionais de Enfermagem no DF. São 60 mil famílias que precisam ser mais respeitadas”, considera Dr. Marcos Wesley.
Enquanto os profissionais aprovados em concurso esperam a nomeação há dois anos, centenas de contratações temporárias estão sendo realizadas pela SES-DF. “Isso fere o princípio do concurso público e da legalidade administrativa, além de comprometer a qualidade do serviço público. Chega de medidas paliativas, o sistema de saúde precisa de medidas estruturantes para funcionar melhor”, finaliza Dr. Marcos Wesley.