Diante do quadro preocupante que começa a se desenhar a respeito do combate ao coronavírus na rede pública de saúde do país, uma comitiva formada por representantes do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Enfermagem (Cofen/Coren) foi hoje ao Ministério da Saúde entregar um documento, para formalizar as demandas e necessidades da categoria frente a mais esse grave problema de saúde pública. Segundos as lideranças, a categoria precisa que o governo assegure o fornecimento de insumos, equipamentos de proteção individual, treinamento e novas contratações para dimensionar corretamente as equipes que vão atender o público.
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A comitiva da Enfermagem foi recebida pelo diretor do Departamento de Gestão da Regulação do Trabalho em Saúde (Degerts), Alessandro Vasconcelos. O documento, ratificado por representantes de todo o país, foi entregue pelo presidente do Cofen, Manoel Neri. “Traçamos estratégias de apoio, principalmente para profissionais de Enfermagem, que, junto aos médicos, estão na linha de frente do atendimento”, afirmou o presidente do Cofen. “Uma das medidas que estamos pedindo, além da disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e capacitação para o uso, é que o Ministério da Saúde disponibilize recursos para a contratação emergencial de profissionais de Enfermagem”, emendou Manoel Neri.
O Ministério da Saúde se mostrou sensível às reivindicações. “Entendemos que temos uma série de falhas crônicas no sistema e que a falta de EPIs é um problema sério. O Ministério da Saúde se antecipou à compra de EPIs e respiradores e já estamos recebendo o material. Mas, sabemos que, em um país com 200 milhões de habitantes, é preciso racionalizar o uso para evitar que, dependendo da curva de transmissão, faltem insumos”, respondeu Vasconcelos.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal, Dr. Marcos Wesley, para enfrentar a pandemia de coronavírus instalada no país, enfermeiros, técnicos e auxiliares precisam de condições adequadas de trabalho. “A enfermagem precisa ser vista neste momento. Nós, com mais de 2 milhões de profissionais no país inteiro, também estamos suscetíveis a essa doença. Enquanto cuidamos, nós precisamos ser cuidados. Nós já temos um problema crônico de subdimensionamento em dias normais. Nesta situação, nós precisamos reforçar as equipes. Nossos profissionais também adoecem, também possuem doenças crônicas e fazem parte de grupos de risco. Portanto, viemos cobrar medidas do Ministério da Saúde para protegê-los. Em hipótese alguma, podemos deixar os profissionais da Enfermagem sem proteção. Nós não vamos deixar a Enfermagem desamparada”, disse.