Muita água, soro fisiológico e alimentação saudável reduzem o desconforto
A umidade do ar está na casa dos 13%, o índice mais baixo deste ano. A secura deixa os olhos coçando, nariz sangrando, resseca a pele e provoca desidratação. E esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns causados pela baixa umidade no Distrito Federal, que tem diminuído cada vez mais. Para evitar os problemas decorrentes desse período de seca, os profissionais da Secretaria de Saúde dão algumas dicas para amenizar o desconforto.
Segundo a especialista em alergia e imunologia, Marta Guidacci, em dias de baixa umidade é necessário reforçar a alimentação saudável, rica em frutas e verduras, com ingestão frequente de líquidos. “Muita água, água de coco, chás e sucos naturais, sem bebidas alcoólicas e gasosas. Também é importante hidratar a pele com cremes, protetor solar e evitar banhos quentes, demorados, com uso excessivo de sabonetes ou de buchas”, orienta.
Hidratar o nariz e a mucosa ocular com soro fisiológico também são ações necessárias, nesta época, para evitar sangramentos e ressecamentos. “Na seca, os olhos podem ficar vermelhos, os lábios podem rachar. A pele costuma ficar ressecada, principalmente em pessoas que já têm problemas na pele. Por isso, o uso do soro ajuda”, ressalta Guidacci.
A referência técnica distrital (RTD) de Pneumologia da pasta, Géssica Andrade, reforça: “Mesmo quando a temperatura sobe, o ar seco faz seus estragos, pois acelera a absorção do suor pelo ambiente e resseca a pele. A desidratação acaba deixando o sangue mais denso”.
Além disso, o tempo seco e a baixa umidade do ar dificultam a dispersão de gases poluentes, tornando as pessoas mais suscetíveis a crises de asma e a infecções virais e bacterianas. “Acaba ficando mais difícil para as vias respiratórias se defenderem do ar com qualidade ruim. As pessoas com doença respiratória prévia sofrem mais com isso”, aponta.
MELHOR UMIDADE – Nesse caso, qualquer método para melhorar a umidade do ar é bem-vindo, segundo a pneumologista Bianca Rodrigues. “Pode-se usar, por exemplo, balde com água ou toalha molhada na cabeceira da cama”, sugere.
Quanto ao umidificador, a especialista faz uma ressalva: “Ele pode se tornar pior do que o ar seco, se não for usado da forma correta”, alerta.
O recomendável é utilizá-lo em um ambiente em que circule o ar, com portas e janelas abertas. O uso por período prolongado em locais fechados pode levar a um excesso de umidade nas paredes, o que favorece o crescimento de mofo e bolor, tornando-se mais uma fonte de infecção.
“O ideal é ligá-lo, em média, por três a quatro horas antes de ir dormir e desligá-lo quando for se deitar. Se o aparelho for mais moderno, pode programá-lo para se desligar automaticamente, uma vez cumprido o tempo programado”, ensina Rodrigues.
Na hora de utilizar o aparelho também é importante esvaziar o reservatório, higienizar e secar, para evitar o crescimento de bactérias. “O umidificador pode se tornar um ‘vilão’ se for usado em excesso ou se não forem feitas todas as medidas de higiene necessárias”, desta a RTD Géssica Andrade.
ATENDIMENTO – Quem tem problemas decorrentes da seca pode procurar assistência em diversas unidades de saúde do DF. O primeiro passo é entrar em contato com um clínico-geral ou médico de família na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência.
Caso o estado de saúde seja grave, o paciente será direcionado a um especialista, como um alergista, por exemplo. O acesso se dá pelo Sistema de Regulação da pasta, após o paciente receber encaminhamento em alguma UBS.
Leandro Cipriano, da Agência Saúde
Fotos: Breno Esaki/Saúde-DF