Nessa década o local já realizou mais de 3000 mil partos com uma equipe composta, exclusivamente por profissionais de enfermagem
A Casa de Parto de São Sebastião, coloca a capital federal em destaque no que diz respeito ao atendimento especializado feito por uma equipe exclusivamente de enfermagem. Até o dia 28 de março de 2019, data em que o espaço completou dez anos de atendimento humanizado, foram realizados 3.537 partos.
Para a gerente do local, Jussara Vieira, o parto é algo fisiológico, natural. “Precisamos trabalhar com esse entendimento para que a gente chegue ao respeito, à integridade, à individualidade de cada mulher. É necessário resgatar e devolver para elas o parto, sem que seja preciso inventar uma palavra, como ‘humanizado’. Então, o trabalho realizado pela enfermagem obstétrica permite o desenvolvimento desse modelo com muito mais empenho, muito mais verdade, já que o enfermeiro tem, em sua veia, o cuidar de uma forma integral”, afirmou.
A estrutura
O espaço funciona 24 horas por dia. É um ambiente pensado especialmente para as futuras mães e para a família. O pai, por exemplo, pode acompanhar o parto e permanecer no quarto com a parturiente. A alta costuma acontecer em, no máximo, 48 horas.
A Casa de Parto é equipada para receber as mães, que têm acompanhamento desde o pré-natal até o nascimento dos bebês. No local é disponibilizada uma sala de cuidados com o recém-nascido e consultórios para avaliação de grávidas e revisão de parto. O espaço conta, também, com um posto de coleta de leite materno, onde as mães recebem orientações sobre a amamentação.
A equipe é formada por 15 enfermeiros obstétricos, dez técnicos de enfermagem, dois nutricionistas e quatro técnicos de nutrição. “A referência médica é o Hospital da Região Leste, que fica a uns 20 minutos daqui e que nos dá a retaguarda. Por isso, recebemos apenas gestantes de baixo risco assistencial. Seguindo um protocolo com critérios de admissão”, explica Jussara Vieira.
Segundo a Gerente de Serviço de Enfermagem Obstétrica e Neonatal da Secretaria de Saúde, Gabrielle Oliveira Medeiros, a Casa de Parto foi o pontapé inicial para a atuação exclusiva do enfermeiro obstetra. “Aqui não tem médico. Atuamos com autonomia, junto aos técnicos de enfermagem e, acompanhamos a paciente de forma a permitir que ela seja a protagonista do próprio parto. Esse sistema é uma referência para todos nós e a ideia é ampliar para outras regiões administrativas”, explicou.
Casa de Parto completa 10 anos
Neste mês de março, o local completou dez anos da implementação das boas práticas na assistência ao parto e nascimento. Nesse tempo, baseando-se em evidências científicas e com a autonomia que lhe é preconizada, as enfermeiras obstetras assumiram a assistência ao parto e trabalham para que o local seja referência.
Comissão Saúde da Mulher
A Comissão Saúde da Mulher do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF) acompanha o trabalho da Casa de Parto de São Sebastião e de todas as instituições do DF. “Esse é um modelo que deve ser replicado, pois é importante para toda a sociedade. Em especial para o profissional de enfermagem que é reconhecido pela sua competência e autonomia dentro da assistência”, disse a coordenadora da comissão, Vilma Alves.
A enfermeira obstetra da Secretaria de Saúde do DF e uma das idealizadoras e executoras do projeto de sucesso em São Sebastião, Gerusa Amaral de Medeiros, também faz parte da comissão.