O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), se reuniu nesta quarta-feira (27/3) com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e diversas entidades de saúde, para discutir ações de combate à epidemia de dengue no DF e a situação das tendas de acolhimento e hidratação dos pacientes com a doença.
A reunião pautou medidas eficazes no controle da epidemia. “Precisamos tomar medidas mais efetivas e não contigenciais para tratar das epidemias que enfrentamos sazonalmente, como retomar a medicina da família e comunidade, que atua de forma preventiva diante de epidemiologias. Precisamos de providências eficazes para garantir que a população receba uma assistência de qualidade e os profissionais de saúde atuem em condições adequadas”, explica o presidente do Coren-DF Elissandro Noronha.
Ao final do encontro as entidades estabeleceram as seguintes estratégias emergenciais:
1 – Instauração de Comitê de Crise;
2 – A continuidade de uma força tarefa de fiscalização nas tendas de acolhimento;
3 – Desenvolvimento e implementação de uma política de segurança para os profissionais da saúde;
4 – Divulgação da necessidade da força de trabalho de cada categoria da saúde
O DF chegou a 188 óbtos por dengue em 2024, ultrapassando a soma dos casos registrados nos últimos 19 anos na capital federal, além de mais de 177,3 mil casos prováveis da doença, registrados desde o início do ano. O DF é a unidade com maior incidência da doença no país, sendo um dos locais de maior preocupação para o Ministério da Saúde. Diante desse cenário, as entidades estudam medidas mais eficazes no controle da epidemia.
As tendas de acolhimento foram implementadas diante da necessidade de ampliar a assistência ofertada aos pacientes com suspeita de dengue. O objetivo é reduzir as complicações e óbitos. No momento, as tendas estão distribuídas em nove regiões administrativas do DF: Sol Nascente, Brazlândia, Estrutural, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Sobradinho.
Fluxo de atendimento – As tendas atendem os pacientes enquadrados no quadro clínico A e B, ou seja, casos leves. As ocorrências mais graves são encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou aos hospitais. No local, os pacientes realizam triagem, avaliação e medicação, nos casos necessários. Durante o fluxo de atendimento, casos suspeitos realizam testes rápidos de dengue, cujos resultados duram de 15 a 25 minutos. A medicação e hidratação intravenosa podem durar até 40 minutos.
Competências da Enfermagem no enfrentamento à epidemia de dengue – Em fevereiro deste ano, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) divulgou nota técnica sobre operações de emergência, diante do cenário de epidemia de dengue enfrentado no Brasil. O documento, elaborado pelo Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES/Cofen) e pela Comissão Nacional de Urgência e Emergência, estabelece competências e atribuições do enfermeiro para enfrentamento à epidemia. A nota define que cabe ao profissional de Enfermagem orientar, realizar, encaminhar, coletar e registrar dados da forma mais detalhada possível no prontuário do paciente. Até o momento a SES-DF não implementou um protocolo, medida que elevaria a qualidade da assistência.
A nota destaca a importância do reconhecimento dos sinais de alarme da dengue para nortear os profissionais de saúde no momento da triagem, e consequente evolução clínica e casos de hospitalização. Confira a íntegra do documento.
Participaram da reunião o Conselho de Saúde do Distrito Federal, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, a Associação Médica de Brasília, a Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, a Associação Brasiliense de Medicina de Família e Comunidade, o Sindicato dos Enfermeiros do DF, o Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, o Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambientale Saúde e Agentes Comunitários de Saúde do Distrito Federal, a Comissão de Educação, Saúde e Cultura e a Comissão de Direito à Saúde da OAB-DF.
Fonte: Ascom – Coren-DF