O Ministério da Educação (MEC) abriu hoje consulta pública sobre graduação a distância em Enfermagem, Direito, Psicologia e Odontologia. A população poderá opinar, até o dia 20 de novembro, sobre propostas de alterações na portaria normativa 11/2017. Para dar a sua opinião, acesse o site: gov.br/participamaisbrasil/educacao-a-distancia
“É possível fazer um curativo à distância? É possível aplicar uma vacina ou administrar medicação venosa à distância. Literalmente, não. Assim, a maioria dos alunos que saem desses cursos não conseguem emprego. Portanto, eu sou contra o uso inescrupuloso da EaD na Enfermagem, pois o ensino da nossa profissão exige presença. Minha opinião vai no sentido de melhorar cada vez mais a qualidade da nossa formação, para garantir a empregabilidade dos egressos”, afirma o presidente do Coren-DF, Elissandro Noronha.
O MEC já reconhece a situação crítica da EaD. Dados do Censo da Educação Superior 2022 revelam que 72% dos calouros do ensino superior privado estão matriculados em cursos não-presenciais. “Estamos preocupados com esse aumento e o MEC fará uma análise mais rigorosa dos cursos”, prometeu o ministro, Camilo Santana, no lançamento do censo.
Para o ministro, o cenário é “alarmante e desafiador”. O censo revela uma tendência acelerada de expansão da da EaD que já havia aumentado 474% entre 2011 e 2021. No mesmo período, as matrículas no ensino superior presencial se reduziram 13,9%.
“São aproximadamente 3 milhões de alunos matriculados, muitos deles em cursos de baixa qualidade, com limitado acesso a estágios e atividades de extensão”, afirmou a presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Betânia Santos. Muitos egressos enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho.