Reconhecido há anos como uma referência em termos de estímulos ao aleitamento materno, o Brasil conta com 227 bancos de leite humano (BLH) e 240 postos de coleta distribuídos em todos os estados e no Distrito Federal. Esses bancos prestam orientação gratuita e apoio às mulheres que amamentam, além de receberem doações fundamentais para recém nascidos internados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. E que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade. O aleitamento materno é a forma de proteção mais econômica e eficaz contra a mortalidade infantil.
O apoio ao aleitamento envolve muita ajuda, visto que as mulheres precisam de apoio do serviço de saúde, do local de trabalho, e da comunidade que a cerca para amamentar de forma segura e otimizada. Além disso, a Enfermagem tem um papel muito importante nessa fase, acolhendo a gestante durante o pré-natal, orientando e sanando dúvidas sobre a amamentação e, principalmente, apoiando a amamentação na primeira hora após o parto, pois ela reduz consideravelmente a mortalidade neonatal.
“Eu sempre trabalhei com amamentação, desde que entrei no Hospital Regional de Planaltina(HRPL), há 26 anos. Quando foi criado o bloco Materno Infantil eu acabei optando por ir para o centro obstétrico, trabalhar com toda parte de nascimento e aleitamento. O banco de leite não é só um lugar que você capta e pasteuriza leite, é um local que, sobretudo, oferece assistência, e esse se tornou o foco do meu trabalho. Depois de um tempo acabei me tornando consultora internacional de aleitamento da rede brasileira do banco de leite, saí do país buscando levar essa tecnologia pelo mundo. Agora essa cooperação já está praticamente na América Latina inteira, Península Ibérica e África”, relatou a enfermeira Fernanda Viana, que dedicou toda a sua carreira em prol do aleitamento materno, e continua dando assistência mesmo depois de aposentada.
A enfermeira Fernanda também coordenou a comissão da iniciativa Hospital Amigo da Criança, feito no HRPL, promovendo uma assistência humanizada e fazendo valer o direito da mãe e do bebê. Ela ressalta a importância da Enfermagem no andamento do banco de leite, que foram, por muitas vezes, gerenciados pela categoria. É o momento de ver e valorizar tudo que esses profissionais fazem em prol da comunidade.
“Quando penso no Agosto Dourado, eu não penso apenas em um bebê mamando, é algo muito mais amplo, é a garantia do direito da família reunida. Os benefícios não só imunológicos e nutricionais, mas emocionais também, gerando uma família mais segura e amorosa. O papel da Enfermagem não é só técnico, é humano e empático, tendo impacto não só no ambulatório de aleitamento, mas também em toda a maternidade em si”, pontua Fernanda.