Há quase 16 meses os profissionais de saúde estão na linha de frente no combate da pandemia que já soma mais de 530 mil mortes no Brasil. Apesar da pandemia da Covid-19 continuar avançando em diversos estados, o que ainda provoca confirmações de novos casos e vítimas fatais, o início da vacinação dos trabalhadores da saúde, em janeiro deste ano, reduziu consideravelmente os riscos de contágio e também teve impactos no número de mortes pela doença.
Na área de enfermagem, 79,38% do acumulado de casos confirmados do novo coronavírus entre os trabalhadores ocorreram entre março e dezembro de 2020. Dos 57.615 infectados no País, de acordo com os dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), 45.737 tiveram diagnóstico positivo da doença entre 20 de março e 31 de dezembro de 2020. Ou seja, entre 1º de janeiro e 14 de julho de 2021, foram confirmados 11.878 casos da Covid-19 entre profissionais da Enfermagem. O total de óbitos na categoria chega a 838 no País, sendo que 467 mil pessoas morreram por conta da doença em 2020 (55,72% do total).
A tendência se repete no Rio Grande do Sul. Em todo o território gaúcho foram confirmados 6.226 casos da Covid-19 entre profissionais da Enfermagem, sendo 4.588 ou 73,69% do total em 2020.
O número de vítimas fatais por conta da doença é de 25, 15 ocorreram em 2020 e 10 em 2021. De acordo com a Conselheira do Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS), enfermeira Sônia Regina Coradini, a vacinação tem influenciado nos indicadores da categoria, principalmente a partir de junho com a aplicação da 2ª dose. “Desde o dia 9 de maio não temos nenhum óbito de profissional de Enfermagem no Rio Grande do Sul”, enfatizou.
Ainda conforme Sônia, o Coren-RS percebe que o fato de os profissionais da saúde terem sido incluídos entre os grupos prioritários de vacinação foi muito importante. Segundo ela, ainda existem alguns profissionais que não se vacinaram, mas é preciso lembrar a importância do imunizante. “Graças a isso tivemos uma diminuição de casos e de óbitos, bem como das ocupações de leitos de UTI”, enfatizou.
Sônia ainda assinalou que a vacinação precisa ser feita de forma mais rápida. “Precisamos vacinar um maior percentual da população, chegando a pelo menos 80%, para que seja possível bloquear a disseminação de novas variantes, pois a pandemia ainda não acabou, precisamos seguir com as medidas preventivas sempre”, declarou.
Com relação aos trabalhadores da Medicina, especificamente, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) informou que não possui dados sobre os casos confirmados. Apesar disso, o Cremers afirmou que recebeu confirmação de 24 óbitos de médicos com registro no território gaúcho.
Fonte: Correio do Povo