Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Samambaia, de Taguatinga, de Águas Claras, do Recanto das Emas e do Riacho Fundo amanheceram sem papel higiênico nesta terça-feira (6). A falta de papel higiênico e de papel toalha nas unidades já havia sido constatada na última sexta-feira (2) e volta a se repetir. A Secretaria de Saúde alega que a responsabilidade é do fornecedor, a empresa BRA Serviços. Entretanto, o governo não toma nenhuma medida concreta para resolver o problema, que afeta diretamente a dignidade humana de profissionais e pacientes.
“Essa situação é inconcebível. Como uma unidade de saúde pode funcionar sem papel higiênico e sem papel toalha? Tinha faltado na semana passada e, após a repercussão das denúncias na imprensa, voltou a ser fornecido em quantidade ínfima. Contudo, novamente o fornecimento foi descontinuado e os profissionais de saúde e pacientes estão sem condições mínimas de higiene. Em plena pandemia, não tem como lavar as mãos”, lamenta o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Dr. Elissandro Noronha. Segundo denúncias, houve UBSs em que o fornecimento sequer foi retomado e essas unidades já estão sem os insumos há uma semana.
Nos últimos 18 meses, profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à Covid-19 já enfrentaram escassez de equipamentos de proteção, falta de luvas, falta de aventais e constante excesso de trabalho, por causa do baixo dimensionamento das equipes. “Havia problemas estruturais que foram agravados pela pandemia e, neste momento, existem situações insustentáveis. Os órgãos de controle precisam agir, para garantir a dignidade dos servidores e da população”, opina Noronha.