A fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) constatou inconformidades durante inspeção no Hospital Anna Nery, em Taguatinga. Para começar, no momento da visita, o posto do profissional que deveria fazer o acolhimento dos pacientes que chegam ao Pronto Socorro com sintomas respiratórios estava vazio, comprometendo todo o fluxo de atendimento.
A unidade não possui consultório específico para atendimento à Covid-19. O hospital mantém uma sala chamada “gripário”, para onde são encaminhados os pacientes com suspeita ou confirmação do novo coronavírus. No ato da fiscalização, foram observados pacientes neste ambiente usando máscaras caseiras, e não cirúrgicas. Os boxes de isolamento estão sem pressão negativa e são mal ventilados. Segundo a equipe de fiscalização, formada pelos conselheiros Elias Pereira de Lacerda e José Lino de Queiroz e pela enfermeira fiscal Bruna de Oliveira, por todo o lugar foi possível observar face shields expostos e sem identificação do usuário.
Não há carro de emergência contingente ao “gripário”. Em caso de necessidade, é necessário acionar o veículo de emergência da sala vermelha, onde há apenas um técnico em Enfermagem por turno, sob supervisão do Enfermeiro do Pronto Socorro, que atua na assistência ao isolamento respiratório e no PS ao mesmo tempo.
Na UTI, 8 leitos foram reservados para pacientes com Covid-19 e 3 estavam ocupados no momento da fiscalização. Não há antessala para paramentação e desparamentação. A fiscalização constatou que vários dispensers de álcool gel estavam vazios nos departamentos e pelos corredores.
Quando foram abordados, os profissionais afirmaram que não há falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Entretanto, foi observado que muitos deles usavam máscara caseira de TNT. As máscaras N95 estão sendo reutilizadas por até 15 dias.
A diretora do hospital entrou em contato com o Coren-DF e se comprometeu a sanar as irregularidades apontadas pela fiscalização.