O Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF) recebeu denúncias sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para profissionais que atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com base nas informações preliminares, a equipe de fiscalização se dirigiu à central de regulação da corporação para verificar como está o fornecimento dos itens de segurança necessários para exercer a profissão nas viaturas em tempos de pandemia.
Nossa equipe analisou o fluxo de trabalho, o plano de contingência e as evidências sobre o uso e distribuição de EPIs. “O Samu é essencial neste momento e nossa fiscalização tem o objetivo de assegurar condições dignas de trabalho para os profissionais de Enfermagem que estão na ponta da operação. É necessário cuidar de quem cuida e estamos fazendo isso com empenho, para não deixar que nossa categoria sofra exposição desnecessária”, disse o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Dr. Marcos Wesley.
Segundo gerente de Enfermagem do Samu, Dra. Vanessa Rocha da Silva, as imagens que viralizaram nas redes sociais dos enfermeiros chineses nos ambientes intra-hospitalares e nas UTIs acabou gerando muita comoção e o resultado foi um impacto significativo na preocupação com segurança. Entretanto, a realidade aqui é diferente e os EPIs recomendados são outros.
“Nossas viaturas estão equipadas com luvas, máscaras, óculos e capotes adequados e em número suficiente para cada profissional. Existem casos em que alguns servidores exigem aqueles capotes de ambientes intra-hospitalares. Aquele tipo de paramento é mais voltado para uso dentro das unidades, nas UTIs. No APH (atendimento pré-hospitalar), aumenta a chance de contaminação, principalmente, na retirada das vestimentas ao final do expediente. Estamos seguindo os protocolos adequados para a nossa situação”, alegou Dra. Vanessa.
De acordo com a gerente do Samu, não há falta de EPIs nas viaturas, mas, neste momento, existe uma racionalização para fazer o melhor aproveitamento possível dos insumos. “Antes, era normal ter uma caixa de EPIs à disposição. Agora, como a demanda é muito grande, temos que fazer um controle mais rigoroso e centralizar a distribuição, para evitar desperdícios”, frisou.
Assim que foi declarada a pandemia, o Samu foi acionado para fazer coleta de SWAB, procedimento usado para coleta de material para fazer o diagnóstico do coronavírus. Atualmente, outras equipes da Secretaria de Saúde estão mobilizadas para fazer o atendimento em domicílio. “Não estamos fazendo esse tipo de exame, mas, se o sistema de saúde demandar, não vamos fugir às nossas responsabilidades. Inclusive, muitos dos nossos profissionais que atuam em motocicletas já se ofereceram para atuar nesta frente”, informa Dra. Vanessa Rocha da Silva.