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Secretaria de Saúde garante não haver risco de propagação da febre amarela no DF

O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, anunciou, em entrevista coletiva na tarde da última quinta-feira (19/1), o primeiro óbito por febre amarela em Brasília desde 2008. Ele garantiu que todas as providências foram tomadas para que não haja risco de propagação da doença no Distrito Federal. A vítima, um homem de 40 anos, foi infectada em Januária (MG) e veio a Brasília na segunda-feira (16/1), de ônibus, visitar o irmão. Ele já chegou com os sintomas de convulsões e insuficiência renal e foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

No mesmo dia, foi encaminhado para a unidade de terapia intensiva do hospital São Mateus, no Cruzeiro, onde morreu na quarta-feira (18/1). A confirmação da presença do vírus veio do Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen) no dia seguinte. Segundo Fonseca, “a população pode ficar absolutamente tranquila” quanto às medidas adotadas. “Vacinamos 191 mil pessoas até outubro de 2016 e vamos fechar os números do ano com mais de 95% de cobertura”, observou.

Os cuidados foram retomados em 2017 e até agora mais de 5 mil pessoas já receberam a dose. “Todos os vacinados estão 100% protegidos da doença”, garantiu o secretário. Mas ele alertou que pessoas que forem viajar, em especial para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, onde há surtos da doença, devem verificar os cartões e procurar uma das 123 salas de vacinas do DF para orientações. A medicação deve ser administrada dez dias antes do deslocamento para áreas de risco.

Para garantir que a doença não será dispersada, a Secretaria de Saúde mobilizou forças-tarefa para aplicar biolarvicidas e inseticida nas residências próximas aos locais por onde o paciente passou. Em especial, o cuidado será adotado na casa do irmão e nas unidades de atendimento onde ele ficou internado. Também foi feito um bloqueio vacinal nas proximidades, e o Ministério da Saúde foi alertado sobre a medida.

 

Imunização

A vacina deve ser administrada duas vezes durante a vida. Antes, o Ministério da Saúde recomendava que fosse a cada dez anos, mas houve mudança de entendimento. “Em crianças, a vacinação é feita aos 9 meses e reforçada aos 4 anos. Se for depois disso, ela é aplicada uma vez e reaplicada após dez anos. Não precisa ser renovada para manter a eficácia”, explica a gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização, Olga Rodrigues. Quem tomou a primeira dose há menos de dez anos, pode aguardar até que se complete esse período para a reaplicação. As salas de vacinação no DF oferecem a imunização o ano todo de forma gratuita. A injeção é contraindicada para gestantes, pessoas com o sistema imunológico debilitado e alérgicos a gema de ovo.

De acordo com a Secretaria de Saúde, Brasília não sofre com febre amarela desde 2000, quando houve o surto mais grave na região, com 40 registros — 38 deles de moradores de outras unidades federativas, mas diagnosticados no DF. Em 2008, foram 13 diagnósticos da enfermidade na capital. Após esse período, o DF não teve mais infecção por febre amarela em residentes. Em 2015, as regiões administrativas anotaram três casos importados de outras localidades brasileiras. O histórico dos últimos três anos mostra um aumento no número de imunizações. Em 2014 e 2015, foram aplicadas, respectivamente, 105,1 mil e 181 mil doses. Dados preliminares de 2016 somam 191,2 mil injeções.

 

Sintomas

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida somente pela picada de mosquitos. É comum em macacos, os principais hospedeiros do vírus. A infecção é dividida em silvestre ou urbana. No primeiro tipo, o vírus passa do macaco para o mosquito e depois para o homem, em ambientes de matas e vegetações. Já a urbana ocorre nas cidades, podendo ser transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, do zika vírus e da chikungunya.

Os sintomas da doença incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, náuseas e vômito. Em alguns casos, a doença pode evoluir após um breve período de melhora. Surgem então sintomas como icterícia (coloração amarelada da pele), hemorragia, choque e insuficiência de múltiplos órgãos, podendo levar à morte do paciente.

Já nos primeiros sinais de manifestação da doença, deve-se procurar ajuda médica. Não há nenhum tratamento específico, só os sintomas são tratados.