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Enfermagem lota plenário da CLDF e cobra equiparação de aumento salarial

Em busca de isonomia salarial e valorização da carreira, mais de 600 profissionais e estudantes de enfermagem lotaram plenário e galeria da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta segunda-feira, 21 de outubro, durante audiência pública para debater a reestruturação da carreira de enfermeiro. A audiência foi proposta pelo deputado Rôney Nemer (PMDB) como forma de abrir um canal de negociação com o Executivo pela equiparação salarial, pois esse tipo de lei é de iniciativa exclusiva daquele poder.

O presidente do Coren-DF, Wellington Antônio da Silva, admirou-se com a força da mobilização promovida pelos profissionais. “Nunca havia visto  mobilização de tamanha grandeza”, entusiasmou-se, ao lado de representantes da Associação Brasileira de Enfermagem Seção Distrito Federal (Aben-DF), Sindicatos dos Enfermeiros (SEDF) e Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (Sindate).

Wellington Silva criticou a falta de representação da categoria no Legislativo. “Nós somos 35 mil no DF e não temos representantes na Câmara Legislativa e na Câmara dos Deputados”, analisou. O presidente voltou a afirmar que o Conselho apoia os profissionais de enfermagem e se colocou à disposição para colaborar na defesa dos interesses da categoria.

 

Discriminação

“Nunca na história dessa secretaria nós vimos tamanha discriminação em relação ao profissional de enfermagem”, desabafou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal, Fátima Lemes. Ela criticou ainda a diferença para se alcançar o topo de carreira na Secretaria da Saúde.

“Vocês, colegas, que estão começando agora e que estão no meio da carreira, terão que trabalhar 7 anos a mais do que os outros profissionais equiparados à nossa equipe multidisciplinar”, indignou-se. Segundo Fátima, os enfermeiros são responsáveis por 60% da força de trabalho da Secretaria de Saúde, e o Governo do Distrito Federal negou aumento para a categoria em razão dos limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Depois do aumento de 60% para os médicos e apenas 5% para os enfermeiros, a presidente do sindicato exigiu equiparação do aumento salarial. “Somos iguais aos outros. Por que tanta discriminação?”, apontou. Ela lembrou que o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, e o governador, Agnelo Queiroz (PT) foram colegas de trabalho dos enfermeiros. Um é médico do Hospital de Base, o outro foi médico do Hospital do Gama.

Para Fátima, o governador sabe da importância do enfermeiro, “porque ele trabalhou com a gente e hoje ele esqueceu dos enfermeiros”. E continuou: “O poder faz a diferença. Agora nós vamos mostrar para o governador, para o secretário de Saúde e toda sua equipe que os enfermeiros também fazem a diferença no governo dele”.

 

Reunião agendada

Durante a audiência pública, o deputado distrital Rôney Nemer (PMDB) entrou em contato por telefone com o vice-governador, Tadeu Fillipelli, colega de partido de Nemer, e confirmou uma reunião para receber os representantes da categoria e discutir as reivindicações nesta quinta-feira, 24 de outubro, às 17h. “Mesmo sendo da base de governo, eu vou estar nessa luta junto com vocês, até porque a gente quer uma saúde de qualidade, a gente quer o enfermeiro motivado”, explicou o parlamentar.

A deputada Celina Leão (PDT) propôs que o o secretário de Administração Pública do DF, Wilmar Lacerda, seja convocado para prestar esclarecimentos na Câmara Legislativa por demorar a atender a demanda dos profissionais. Celina aproveitou para parabenizar o presidente do Coren-DF pelos cursos de acolhimento e pelas solenidades de entrega das carteiras profissionais – algumas foram realizadas no auditório da Câmara Legislativa.

A distrital lembrou ainda dos técnicos de enfermagem. Segundo ela, no projeto de lei que reduziu a carga horária para 20 horas semanais, eles só foram incluídos por uma emenda proposta por ela. “Como o enfermeiro vai gerenciar uma equipe técnica insatisfeita?”, questionou. O vice-presidente da Casa, Agaciel Maia (PTC), cobrou respostas do governo. “O Agnelo trabalhou em um hospital, ele sabe a importância de um enfermeiro”, destacou.

Vários deputados distritais compareceram à audiência pública, entre eles Dr. Michel (sem partido), Liliane Roriz (PRTB), Israel Batista (PV) e Chico Leite (PT), além da deputada federal Erika Kokay (PT-DF).